segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Do mundo dela e um pouco do meu

Desavisada

"Faltou você me falar que depois de você, eu teria de implorar por elogios (toda sorte de elogios) como um mendigo implora por comida;

Faltou você me dizer que ninguém mais me amaria incondicionalmente, independente de quem eu me tornasse;

Faltou você me contar que, com exceção de você, o restante das pessoas se importaria com cada um dos meus quilos a mais, com o corte, tamanho e a cor do meu cabelo e com as minhas roupas transadas ou a ausência delas;

Faltou você me avisar que era o último homem que prestava;

Faltou você me alertar que pessoa nenhuma apreciaria tanto as minhas idéias, as minhas ilustrações e mesmo a nhaca de minha comida natureba;

Faltou você me advertir que abraço nenhum seria tão apertado;

Faltou você insinuar que ninguém teria a paciência você teve com minha família, e o amor;

Faltou você me ensinar que amar é permanecer, que a coisa mais fácil é desistir, que só desiste quem não enxerga potencial e que todas as coisas têm potencial;

Faltou você ressaltar que pouquíssimas pessoas conseguem de fato ter fé nas outras, e que a fé que não tinha em deus, você depositava toda em mim;

Faltou você enfatizar que quase todo mundo é covarde;

Faltou você sugerir a impotência que – sozinha – eu sentiria ante cada formulário de banco, cada novidade da Apple e cada vencimento do contrato de aluguel;

Faltou você prever que a partir do momento em que eu partisse, a minha história se dividiria em duas partes: antes de você e depois, e que para o resto da vida eu morreria de saudade da primeira.

Faltou eu gritar que te amo. Mentira, eu gritei. Só não agi de acordo. Faltou você me dizer o quanto isso iria doer."

Da querida Flavia Stefani, uma daquelas almas especiais que entram na sua vida sem aviso prévio com carinho gratuito e compreensão em forma de sorriso.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A gente não quer só comida...

Nova York é assim: arte, cultura, informação e intervenção em qualquer esquina. (Além do consumo, claro!)

E no mesmo dia, depois de visitar uma galeria super bacana e o meu sempre favorito MoMA, fiquei pensando na arte, na sua subjetividade, na sua profundidade ou superficialidade, mas principalmente na arte que conversa comigo, fala a minha língua. Fala, lê e escreve. E cheguei a uma conclusão bem simples para classificar a arte que eu gosto:

Aquilo que eu gostaria de ter feito; e/ou
Aquilo que eu gostaria de ter na minha casa.

Fora isso, que me desculpem os experts, os marchands, etc, mas não me ganha.

Essa regra serve para qualquer tipo de arte, inclusive música, poesia, fotografia...

E nesses dias esbarrei muito com "o meu tipo de arte", relembrando músicas antigas e cantando no metrô, ouvindo novas bandas que cantam com a alma (além de todo tipo de instrumento, de violino a serrote), visitando uma exposição de fotos que me arrepiou, ouvindo a história da esquina que viu o beijo mais lindo do mundo, vendo idéias simples e fantásticas em papelarias ou lojinhas de design,...

E antes que acabe a semana, esbarro com um poema que me fez chorar, com palavras que parecem que foram roubadas do meu coração, palavras que eu não escrevi mas queria ter escrito pois são latentes na minha cabeça. (Vou pedir permissão para a autora e publicar aqui)

Eu preciso dessa arte, essa que mexe comigo, como eu preciso de ar ou água para sobreviver. E a cada dia que passa tenho mais certeza disso. Tenho esquecido de "tomar" minhas doses diárias e deixado de ver um pouco as cores e os sons bons da vida.

Note to self: não passar um dia sem a minha dose mínima.

Ah! E para terminar, deixo uma frase que ouvi e que mexeu muito comigo porque nunca tinha pensado nisso: "A música é a única arte que te ataca pelas costas", de Millor Fernandes.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Embarcando

Fiquei devendo um post sobre a minha ida à Paquetá... Faltou tempo e sobrou preguiça para escrever. Estou super envolvida com as pesquisas da minha viagem de férias (tá chegandoooo!) e acabou passando uma semana...

Bom, você já foi a Paquetá? Não? Então vá! Eu nunca tinha ido e não tinha grandes expectativas. Passear em Paquetá sempre foi sinonimo de cafonice, farofada, programa de índio...

Só que tudo isso depende do seu estado de espírito. Se for esperando uma ilha do Caribe, esquece! Se for esperando uma cidade charmoso como Búzios, esquece! Se estiver esperando uma viagem no tempo para uma pacata cidadezinha do interior, vai fundo!!!

Paquetá na verdade é um bairro do munícipio do Rio de Janeiro. Uma ilha à pouco mais de 1 hora de barca do Rio. No último domingo do mês, rola chorinho na barca (que continua por lá no Centro Cultural) e é sempre uma data bem mais movimentada.

Meu objetivo era fotografar. Já tinha fotografado na barca no ano passado, mas é sempre muito legal você reinventar o olhar sobre alguma coisa já vista (e registrada). Saiu uma série bem bacaninha em P&B que está no flickr.

Já em Paquetá, eu parecia pinto no lixo. O que tem lá? Nada! rsrs Ruas de terra sem carros, só bicicletas (quase na mesma proporção que a China), charretes (o cheiro de coco de cavalo é predominante), cachorros vira-lata que vigiam os cruzamentos como se não houvesse amanhã, crianças jogando bola,... uma vida sem pressa para acontecer.

Rendeu boas fotos, mas mais que isso uma experiência de sair da loucura da cidade grande para o lugar mais pacato e bucólico que já conheci (até agora...).

Quero voltar, andar de bicicleta, tomar cerveja e comer pastel no boteco, ver o por do sol, como se não houvesse amanhã.

Quem embarca nessa?

Em tempo: tô embarcando em outra viagem! Saio de férias essa semana e Do Meu Mundo fica em recesso. Estarei registrando essa viagem em outro endereço que poucos de vocês vão ler. Peço desculpas mas não vou publicar o link aqui porque perdi o controle de quem acessa esse blog e as vezes a gente não quer se expor taaaanto...

Na volta, prometo contar algumas histórias (sei que vou ter muitas) e com certeza muuuuitas fotos!

Até a volta!

Beijos