segunda-feira, 30 de março de 2009

Íntimo & Pessoal

De volta ao curso de fotografia, esbarrei com um exercício que me causou uma primeira reação que desencadeou um monte de ações.

Exercício: fotografar com filme, câmera SLR, P&B.
Reação: não tem a menor chance! Não consigo fazer isso!
Ação: pegar uma câmera emprestada e comprar o filme! Ah, eu vou conseguir! Todo mundo pediu para fazer digital, então eu vou fazer em filme!

Os temas: Intimidade e Auto-retrato (conceitual, sem aparecer na foto!), eu juntei os dois e transformei em Íntimo e Pessoal.

Que exercício! Foram 2 semanas marcadas por uma série de "primeiras vezes" (ficou estranho isso, né?)

Foi a primeira vez que fotografei pensando antes o que ia fazer, pré-concebendo a idéia na minha cabeça antes de executar, buscando elementos que entrassem no tema sugerido, que combinassem com a história do p&b, tuda na caixola!! Normalmente minhas fotos "acontecem" - saio de casa sem saber com o que eu vou voltar! Dessa vez foi diferente e gostei MUITO!

Foi a primeira vez que fotografei em P&B! Sempre fotografo em cores e depois passo para P&B para ter as duas opções, mas gostei também dessa idéia de não ter opções. Ou é aquilo ou não é.

Foi a primeira vez que fotografei com filme em uma câmera SLR! Tudo no manual, direitinho, como manda o figurino. A demora entre o filme acabar, revelação, contato e ampliação quase me mataram de ansiedade. Quanto suspense! Mas posso diser que mandei muito bem para primeira vez: fotometria, foco, filtro, etc! Gostei dessa experiência apesar de ser impaciente para esperar o resultado mas esse foi um segundo exercício nesses dias.

Foi a primeira vez que fiquei nervosa de apresentar minhas fotos na sala. Alguém pode me explicar o por quê? Frio na barriga... Acho que foi o tema (e porque a maldita ordem alfabética me faz ser a primeira!)

O combinado era levar só 4 fotos, mas, claro que eu não consegui! Levei 8!

Como é cada vez mais difícil (e demorado) revelar filme, fazer o contato e ampliar, fiz as fotos também em digital com medo que não conseguisse tudo a tempo de levar na aula (e não ficou mesmo).

Então você pode ver aqui o resultado dessa experiência.

Bom, eu adorei esse gosto diferente, um poder de chamar essas fotos de "minhas"! Tomara que vocês gostem! ;)

Obrigada, Bia, que me emprestou seu brinquedinho, e Alex, que acompanhou de perto todo esse processo!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pulga ou carrapato?

Ando vivendo dias de coceira! Coceira de mudanças. Aquela coceira mental que não deixa a cabeça sossegar! Essa noite sonhei que arrumava as malas, fechava a porta de casa e partia...

Hoje consegui passar uma pomadinha e elas acalmaram um pouco. Vamos ver por quanto tempo...

E aí completo o dia esbarrando em um parágrafo de Marta Medeiros (que eu tanto gosto) que me transforma num suspiro em forma de gente. Seja lá o que tiver que ser, sigo esperando o dia de fechar a tampa. É só esperar coçar de novo...

"Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na cara."

--M. Medeiros, livro Doidas e Santas, página 226.

sexta-feira, 20 de março de 2009

1 ano sem...

E a lista foi quase toda de frutas (15) mas teve que ser complementada com 4 cositas extra-pomar! Ah! A cerva ficou de fora desse ano...

1 - Morango
2 - Abacaxi
3 - Banana
4 - Maçã
5 - Melancia
6 - Manga
7 - Tangerina
8 - Limão
9 - Uva
10 - Kiwi
11 - Maracujá
12 - Laranja
13 - Pera
14 - Açaí
15 - Coco
16 - Vodka
17 - Farofa
18 - Palmito
19 - Sorvete

E SORTEADO FOI... Vodka! Depois de um ano sendo a minha melhor amiga, companheira de muitos shows, festas, jantares, na caipirinha nossa de cada dia ou com o Touro Vermelho para turbinar uma noite que precisa de mais pressão, agora tenho que me afastar dela por 12 meses. Pelo menos a cerveja voltou a me acompanhar!

Agora, a questão que não quer calar: por que Sâo José está fazendo essas provações alcóolicas comigo? Eu que nem sou cachaceira... Estranho! Muito estranho!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Salve São José!

E hoje, finalmente, é 19 de março, dia de São José. Como já contei aqui no ano passado, virei adepta da simpatia de fazer um pedido, sortear uma entre 19 frutas, e ficar 1 ano sem comer a bendita para o desejo ser atendido pelo santo.

Bobagem ou não, acreditem ou não, eu gosto de fazer um sacrfício leve para me lembrar sempre durante 365 dias de alguma coisa que quero muito.

Esse ano que passou foi barra pesada! Completei a lista de 19 itens com coisas que não eram frutas (já que não existe essa quantidade do meu gosto). Passei os 12 meses do ano sem tomar cerveja (nem chopp)! Valeu a pena!

Ontem a meia noite, abri a primeira. E hoje vou tirar o atraso além de sortear o novo desafio que não vai incluir a cevada. Talvez coloque vodka, já que estou com a cota do destilado acumulada para aguentar essa nova temporada de abstinencia.

Amanhã eu conto o que foi porque só vou sortear bem pertinho de meia noite! Quem quiser me procurar pelos bares do Rio fique a vontade!

Cheers!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Divã versão 9.0 - motorizado

7 da manhã. Acordou sentindo dor. Não sabia de onde vinha aquela pontada aguda. Achou que era dor nas costas, dor de cabeça, cólica,... Nada disso. Ela sabia muito bem o que era aquilo mas se recusava a admitir. Tomou uma neosaldina, um ponstan, uma aspirina e um redoxon. Vai passar.

Passou o dia. A dor não. Foi para casa. Com a dor junto. Mais um buscopan, um tylenol, um trimedal. Não conseguiu dormir. Rezou um Pai Nosso e três Ave Maria.

Tinha pânico de dentista. Pavor. Fobia. Horror. Não, não podia ser dor de dente mas era lá dentro daquela cavidade vermelha, escura, que um monstro parecia surgir. Olhava no espelho e abria a boca. Escovava os dentes e fazia bochechos com cepacol de 5 em 5 minutos. Amanhã vai passar. Tem que passar.

Passou a noite. A dor não. Passou a mão no telefone. Ligou para a irmã, dentista. Essa se recusou a atende-la. Ligou para o pai, dentista. Esse fugiu da raia e indicou um amigo: Dr. Cisudo poderia cuidar dela a qualquer hora mas dessa vez foi ela quem fugiu.

Passou em casa e de lá para a terapeuta que lhe passou um sermão. Discutiram a relação do medo com a profissão do pai. Transitaram pela disputa na infância com a irmã, que seguiu a carreira do papai. O ex-marido também era dentista. Exploraram a dor do parto normal, a dor da perda, a solidão de estar longe do marido. Uma verdadeira sessão de exorcismo.

Juntou todas as forças que não tinha, agarrou a foto do filho na mão esquerda e já chegou no consultório de boca aberta: "Vai Dr. Cisudo! Tira logo todos os problemas da minha vida dessa boca!"

segunda-feira, 16 de março de 2009

Busca vida

Abro uma página em branco. Quero escrever mas não consigo. Me pergunto qual a parte do meu cérebro bloqueou as palavras e as idéias, mas descubro uma outra desculpa para esse branco.

Antonio Torres, o mestre da minha oficina literária, contou que uma vez foi perguntado por uma amiga por que estava num jejum de escrever e ele respondeu "Estou feliz!"

Uso a mesma desculpa a partir de agora. A melhor amiga da poesia é a tristeza, seguida pela melancolia, a saudade, a desilusão. E nenhum desses sentimentos habita o órgão vital desse corpo humano que vos escreve.

Sim, porque eu escrevo com o coração e não com a imaginação. O combustível literário entrou na reserva e já não consegue chegar na esquina. Volto, então, a dar voz aos meus olhos. Espero que as imagens passem a falar por mim, contar uma nova fase onde talvez palavras não sejam tão necessárias.

Ando lendo mais que escrevendo, vivendo mais que escrevendo. E o melhor de tudo: feliz, como há muito tempo não me vejo.

terça-feira, 10 de março de 2009

Sigam-me os bons

Há quase um ano atrás escrevi aqui sobre o tal Twitter. Falei mal porque a idéia passada do "que você está fazendo?" me pareceu uma bobagem. Mas agora cedi porque descobri que muita gente interessante, canais de comunicação e empresas, usam a ferramenta como um veículo de informação.

A quantidade de coisas que aprendi (úteis e inúteis) nos últimos dias é enorme, e as que deixei de ler por falta de tempo é ainda maior. Música, foto, cinema, publicidade, moda, futilidades, humor,... De tudo um pouco!

Pois bem, decidi, no conceito de microblogging, que usaria o espaço de 140 caracteres para postar os Drops que constumava escrever aqui. Pensamentos e idéias que não são suficientes para um texto mais completo agora vão parar no @dropsdomeumundo.

Estão convidados a passar por lá, no que é o complemento desse meu mundinho aqui! Mas não esperem saber se eu tomei sopa ou vi novela porque isso é o tipo de informação pessoal e intransferível que não coloco em lugar nenhum!

terça-feira, 3 de março de 2009

Como viver sem conviver?

Reaprender a conviver com alguém dentro de casa foi uma experiência sensacional. Foram 3 semanas de encontros e desencontros, nenhuma briga, boas conversas, coisas em comum, experiências, braços e corações abertos.

Três semanas que me levam a concluir que é bom demais ter companhia, que eu gosto disso, apesar do meu discurso que vivo muito bem sozinha (e vivo mesmo!). Mas principalmente que estou pronta para ter alguém dentro da minha casa, da minha vida, já que a minha rotina não precisa ser alterada por causa disso. E uma nova rotina pode aparecer. Com alguém que realmente importe, que faça valer a pena.

Tive um hóspede não uma visita. Eu não tinha que fazer sala. Ele chegava a hora que queria, tinha a vida dele e eu a minha, e de vez em quando tínhamos a nossa. Tinha a chave de casa, a chave do carro, a chave do meu coração.

Aprendi que o que mais incomoda no outro também pode ser um defeito seu. Vi qualidades em comum como acordar de bom humor, cantando, como num comercial de margarina. Voltei a ter "fila no banheiro", tomar banho com a porta fechada, não ficar andando de calcinha pela casa, ter sempre alguma coisa na geladeira (pensando no que ele gosta) - apesar dele só beber água. O hóspede não come, não toma café da manhã, só bebe água. Bastante! Quando comia alguma coisa, só lavava só a louça dele!

Ter zelo como "Vai chegar tarde? Te espero para comer?" no começo foi confundido com controle por ele, mas nada mais era que a vontade de conviver.

Sair junto foi uma experiência engraçada já que era certo que ficaríamos no 0X0 pois quem olhasse ia achar que éramos um casal. Tudo bem, tudo certo. Nenhum dos dois estava nem aí para isso.

Saudades que vai fazer esse menino com suas mochilas espalhadas pela casa, pelos no chão, aquele bom dia com um sorriso no rosto, cara amassada e todo descabelado... Mas ele se foi e hoje acordei sem o meu sorriso no rosto.

Chamei ele para morar comigo, para "casar" comigo! Vê se pode! Fique com a chave e volte quando quiser - só liga antes para eu guardar o boneco!

Segue sua vida, meu irmãozinho, que eu sigo a minha, e a gente se encontra em algum bar no caminho. Te amo.