Desavisada
"Faltou você me falar que depois de você, eu teria de implorar por elogios (toda sorte de elogios) como um mendigo implora por comida;
Faltou você me dizer que ninguém mais me amaria incondicionalmente, independente de quem eu me tornasse;
Faltou você me contar que, com exceção de você, o restante das pessoas se importaria com cada um dos meus quilos a mais, com o corte, tamanho e a cor do meu cabelo e com as minhas roupas transadas ou a ausência delas;
Faltou você me avisar que era o último homem que prestava;
Faltou você me alertar que pessoa nenhuma apreciaria tanto as minhas idéias, as minhas ilustrações e mesmo a nhaca de minha comida natureba;
Faltou você me advertir que abraço nenhum seria tão apertado;
Faltou você insinuar que ninguém teria a paciência você teve com minha família, e o amor;
Faltou você me ensinar que amar é permanecer, que a coisa mais fácil é desistir, que só desiste quem não enxerga potencial e que todas as coisas têm potencial;
Faltou você ressaltar que pouquíssimas pessoas conseguem de fato ter fé nas outras, e que a fé que não tinha em deus, você depositava toda em mim;
Faltou você enfatizar que quase todo mundo é covarde;
Faltou você sugerir a impotência que – sozinha – eu sentiria ante cada formulário de banco, cada novidade da Apple e cada vencimento do contrato de aluguel;
Faltou você prever que a partir do momento em que eu partisse, a minha história se dividiria em duas partes: antes de você e depois, e que para o resto da vida eu morreria de saudade da primeira.
Faltou eu gritar que te amo. Mentira, eu gritei. Só não agi de acordo. Faltou você me dizer o quanto isso iria doer."
Da querida Flavia Stefani, uma daquelas almas especiais que entram na sua vida sem aviso prévio com carinho gratuito e compreensão em forma de sorriso.
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3 comentários:
Que texto lindnho!
É bem por aí mesmo...
Semana que vem estarei na sua terra, Aliás, tenho visitado com frequência.
Beijos, querida. VS.
lindo lindo lindo!
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