sábado, 5 de janeiro de 2008

Comédia ao invés de drama?

Não tenho a menor pretensão de ser crítica de cinema mas gosto de deixar registrada minha opinião. Concordem ou não... Cada um pensa de uma maneira, enxerga um filme ou livro de um jeito diferente. Ainda bem, ?O que seria do azul se todo mundo gostasse do laranja? Não deixem de assistir o filme após ler esse humilde post.

O filme "Meu nome não é Johnny" me assustou. Não pela história, já conhecida, do cara de classe média alta, usuário de maconha e cocaína que se torna traficante e se dá mal, mas pela ótica do filme. Passei as duas horas do filme doida para chegar em casa e verificar como definiram o gênero do filme. E adivinhem? Aventura dramática!(?) Mais indefinido impossível...

Fiquei pasma (e triste) de ver a sala lotada com mais de 600 pessoas (a grande maioria de jovens) as gargalhadas durante o filme. Deram a produção um tom de comédia, (aproveitando muito bem a veia comica do excelente Selton Mello), para uma história verídica e dramática que deveria servir de lição para todos. Mas não. A vida de traficante parece divertidíssima durante bem mais da metade do filme! Tiradas que em outro contexto realmente seriam engraçadas. Festas e mais festas, viagens,... A única cena mais profunda é o momento da confissão dele no julgamento. Silêncio no cinema.

Eu não consegui rir em momento nenhum. Não estava preparada para isso. Achei que era sério, um filme para chocar e refletir (como Tropa de Elite fez com alguns usuários de droga). Apesar do tema propício, não vai criar nenhuma polêmica. Ainda não li nenhuma das críticas, mas vou procurar. Normalmente penso exatamente o oposto do que leio por aí e dessa vez não deve ser diferente.

Percebe-se nítidamente que João Estrela vai ganhando simpatia da platéia que acaba torcendo para o final feliz do bandido. Tá certo que todo mundo merece uma segunda chance e João realmente parece que deu a volta por cima (hoje em dia é produtor musical, músico e compositor), mas se tornar uma celebridade por ter sido um traficante? Não se surpreendam de vê-lo nas página das revistas, nas Ilha de Caras da vida, no Faustão lançando seu disco...

Se a vida real também é uma comédia, por que não fazer um filme idem?

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