terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tela Quente

Deito na cama e me acomodo para a sessão de meia-noite. Os olhos se fecham transformando as pálpebras na maior e mais moderna tela de projeção do universo.

Silenciosamente, a porção fantasiosa dentro de mim, chega à blockbuster do meu cérebro para escolher a programação: curta ou longa, documentário ou ficção, comédia, romance, drama ou suspense.

A sessão começa, sem pipoca mesmo. Muitos são merecedores de Oscar. Outros entram para a lista trash de piores produções do ano. Alguns dejavu. Nunca vi! Ô imaginação! Se Freud fosse jurado da Academia...

Quando surge a pausa para o banheiro, o filme nunca recomeça de onde parou e invariavelmente dá início uma nova sessão com outro roteiro e personagens. As vezes é mais de um filme por noite. Só para confundir a espectadora aqui.

Não sei qual a explicação, mas tem dias que não passa filme nenhum. Ou o projetor quebrou, o lanterninha faltou, mas as noites em branco geram manhãs de dúvida. O que passou? Onde estive essa noite? E aguardo ansiosamente pela próxima sessão, no dia seguinte.

As sessões são solitárias, a tela individual, pessoal e intransferível. Nunca ninguém vai conseguir assistir ao mesmo filme que eu, mesmo estando ao meu lado. E por mais que eu tente contar a sinopse depois, muito detalhes fogem e a experiência não pode ser dividida da mesma maneira.

São filmes que eu jamais vou sonhar de novo. Apresentações únicas, sem trailler, replay, nem créditos finais, muito menos agradecimentos!

O melhor de tudo é acordar e lembrar de tudo. Ou não lembrar de nada.

8 comentários:

Anônimo disse...

muito bom Anna! engraçado que nessas ultimas semanas tenho tido uns sonhos muito doidos! Só nao lembro de nada depois (Assim como os filmes que vejo acordado).

Sally Brown disse...

Eu tenho essa mesma sensação que se a gente pudesse roteirizar e reproduzir alguns de nossos sonhos como filmes, seriam sucessos de critica e bilheteria. Claro, teriam os fiascos completos tb, mas não se pode ter tudo, né? :)
Bjos.

Zagaia disse...

Fico puto quando eu cordo e não lembro dos meus filmes pessoais... Adoro sinhar até quando acordo chorando... Coisa bem comum diga-se de passagem... O melhor de tudo é "analisar" depois... Bjos

Anônimo disse...

Os meus filmes assim como os seus estão lá, intactos, como que num HardDrive sem acesso imediato mas que sem explicação da um replay em todo o sensorial, na maioria das vezes sem nenhum pedido de acesso.
Que maravilha..

Parabens pelas linhas e mais ainda pelas entrelinhas, sou fã das teus contos.

Bj carinhoso

Na Estrada... disse...

Oi " do meu mundo",

Mais um texto bacana, mas infelizmente esta semana inteira minha tela ficou em branco, espero pintá-la esta noite!

bjs

Anônimo disse...

agora com meu brinquedo útil novo está mais fácil acompanhar em tempo real os posts!!! Adorei este! Entendi o lance da michelle e obama rsrsrsrs. Bis vou ver um filminho desses agora!!

IsABela araÚjo siLVA disse...

muito interessante esse seu post... estou em BH a trabalho e essa semana tive um sonho tão maluco e ao mesmo tempo revelador que qdo acordei precisei anotar para não esquecer os detalhes. na semana que vem retomo minha análise e o que mais curto e levar sonhos inéditos.
beijo!

Elena sem H disse...

Raramente lembro dos meus sonhos, mas a sensação quando lembro deles é exatamente a que você descreveu, com a diferença de que, quando criança, eu tinha um filme que era reprisado de tanto em tanto e eu adorava.
Vou voltar sempre, gostei de você.

beijos,

Elena sem H
(Cheguei pelo estratagemas)