quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Mar de Gente

É tão bom ser surpreendida com algo que não se espera nada, ou ainda, espera pouco! Hoje foi exatamente o que aconteceu ao ser convidada para a pré-estréia do espetáculo Mar de Gente. Li na Vejinha de relance algo sobre "o retorno da Fernanda Montenegro ao teatro", "o trabalho social de Ivaldo Bertazzo", ... Não me empolguei e quando veio o convite, pensei "Não estou fazendo nada mesmo... Vamos lá!" A companhia era super agradável e lá fui eu sem a menor expectativa (na verdade achando que ia ver uma peça de teatro chata!).


Chato foi o começo, enquanto ainda pensava que estava assistindo uma peça! Na verdade era um espetáculo de dança! Surpresa!!! Jovens da periferia transformados em bailarinos pelo tal coróografo Ivaldo Bertazzo (que eu nunca tinha ouvido falar). Com o olhar diferente, passei a admirar aquilo com um Momix, Grupo Corpo, Debora Colker ou qualquer outra grande companhia de dança. Guarda as devidas proporções técnicas, a galera dá um show! A dignidade daquelas pessoas, no meu ponto de vista, supera qualquer técnica! Quanta força e luz num palco nu com 30 corpos que não param 1 minuto, ao som de uma volta ao mundo. A trilha passa da contemporânea misturando com a música cigana, com um pulo no Egito, outro na Rússia com uma polka - mas o ritmo era sempre o mesmo - de superação!

Fernanda Montenegro entra 5 vezes no palco citando textos bem marcantes (veja uns trechinhos abaixo).

O final ainda mais surpreendente e que me serviu de lição para não deixar de seguir meus impulsos! Ela chama quem quiser subir ao palco e sentar-se na "arquibancada" que é a única coisa do cenário e ver o espetáculo sob outro ponto de vista! Claro que a burra aqui não foi e perdeu a única chance da vida de estar no palco ao lado de La Montenegro! Quase fui... mas não fui! Se arrependimento matasse...

"Quando o homem se ergueu sobre dois pés, libertou as mãos e descobriu sua primeira ferramenta, a pedra, que atirou para ferir o inimigo. Civilizou-se"

"Os ratos quando bem alimentados, se multiplicam como gente. Quando famintos, se devoram. Como gente."

"Preto, branco, amarelo... Um dia, todos serão cinza."

"O limite não existe. O que existe são paredes. E nela o homem constrói portas, janelas e escadas para ver como é a vida do outro lado do muro."

"O homem, cansado de tanto nadar nesse mar de gente, cria asas e voa!"

4 comentários:

Anônimo disse...

Que íncrivel!! Me deu a maior vontade de ir, e subir no palco, é claro! Deu mole... Vc. anda fazendo programas sensacionais, hein? Adorei o Moska. Vou conferir! Continue assim e contando pra gente!

Anônimo disse...

Anna,

Tô achando que este espetáculo vai ser a "pauta principal" do nosso choppinho... rsss...

Mais bjs,

Wilson Briggs

Anônimo disse...

Esse blog tá me dando muita inveja....
tenho certeza que eu subiria e que levaria vc....acho
que nem iria ter que fazer muita força..

ANNA disse...

Nao tenho a menor duvida!!!