La Cucaracha

Ontem dei de cara com uma cucaracha intrusa na área de serviço. Era uma barata gigantesca, brilhosa, daquelas de fazer qualquer uma subir na cadeira e gritar! Mas na vida de uma solteira uma barata é só uma barata e deve ser exterminada imediatamente! E assim eu fiz.

Primeiro com uma vassoura (aquele esconde-esconde básico atrás da máquina de lavar). Cutuca daqui, cutuca dali... dei a primeira bambeada nela! Aquela coisinha marrom virada de barriga (?) para cima com as patinhas frenéticas até se fingir de morta. Mas não caí no truque dela e chegou aquele momento cruel (e sim nojento a não ser que eu fosse surda): dar uma chinelada nela.

Resolvi pisar para manter a maior distância possível das minhas mãos. "Crack" seguido daquela gosma nojenta. Nem tirei a havaiana de cima. Deixa que na quinta-feira a empregada limpa.

Todo mundo entendeu??? Matei a barata, pisei em cima, fez crack, saiu a gosma, deixei um pé da havaiana em cima e não toquei na cena do crime. Ela estava morta, tenho certeza. OK. Cenas do próximo capítulo.

Fui dormir e hoje de manhã não pude evitar passar por lá e SURPRESA!!! A barata sumiu! Isso mesmo, desapareceu! Um resto de gosma, um vestígio em cima da havaiana e nada mais! O cadáver desapareceu!

Fiquei um tempo procurando algum sinal de resgate, alguma patinha ou antena pelas redondezas, e nada! Será que os outros bichos escrotos saíram do esgoto para fazer um SOS? Será que barata tem sete vidas? Será que ela não morreu? Será que nada disso aconteceu? Agora minha casa está mal-assombrada! Para onde olho vejo um vultinho escuro zanzando... Bizarro! Mistééério... Medinho da volta dos mortos-vivos! Vamos brincar de Detetive? Mas não para descobrir que matou e sim quem resgatou, ressuscitou, ou sei lá o que, aquela dita cuja? Coronel Mostarda, Dona Branca ou Professor Black?